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Faltou gols. Sobrou emoção

O Clube Atlético Juventus abriu a temporada de 1986 dando volta olímpica  no estádio municipal do Pacaembu. Contra todos os prognósticos, o time da Mooca faturava pela primeira vez o título de campeão Torneio Início do Campeonato Paulista, no dia 16 de fevereiro daquele ano.

Para aquela temporada, o Juventus fugiu a sua regra habitual, abriu os cofres e investiu um alto valor nas contratações do goleiro Barbirotto (ex-São Paulo), do zagueiro Juninho (ex-Corinthians), do volante Rocha e do atacante Reinaldo Xavier (ambos ex-Palmeiras).

O veterano meia Mario Sergio, que aos 36 anos se desligava do Palmeiras, também recebeu uma proposta juventina, mas recusou-se a atuar pelo Moleque Travesso, frustrando as expectativas dos torcedores avinhados.

No comando do time juventino estava o treinador Candinho, que havia retornado ao clube em 1985, após ter sido Campeão Brasileiro da Série B em 1983 com o próprio Juventus.

Para variar, Palmeiras, São Paulo, Santos e Corinthians entraram como favoritos. Lino e Mirandinha eram as novas caras do Verdão para acabar com o jejum de títulos que perdurava nove anos.

No Peixe, o arqueiro Rodolfo Rodriguez era o grande líder do time, que apresentava como novidade o japonês Kazuo na ponta esquerda. No Timão, o volante Wilson Mano e o zagueiro Edivaldo faziam suas estreias. No Tricolor, o volante Bernardo e o lateral Capone eram os novos valores.

O Juventus foi campeão de maneira inusitada, sem marcar e nem sofrer nenhum gol. Mas nem por isso faltou emoção e festa. O Pacaembu aplaudiu de pé o time grená. A TV Bandeirantes, promotora da competição, transmitiu ao vivo as partidas. O troféu ao campeão levou o nome da ACEESP (Associação dos Cronistas Esportivos do Estado de São Paulo).

A estreia aconteceu diante da Internacional de Limeira. Empate em 0 a 0 e vitória juventina por 3 a 2 nos escanteios. O segundo jogo foi diante do São Paulo. Novo empate em 0 a 0 e vitória juventina por 1 a 0 nos escanteios. A terceira partida foi contra o São Bento de Sorocaba. Após empatar em 0 a 0 (no placar e nos escanteios), a partida foi decidida nas penalidades máximas. O Juventus venceu por 5 a 3 e garantiu vaga na final contra o Santo André.

O time do ABC Paulista tinha como padrinho o bicheiro Ivo Noal, que contratou o experiente zagueiro Luís Pereira para ser o xerifão e o grande líder do Ramalhão, junto com o lateral esquerdo Wladimir, ex-Corinthians, entre outros jogadores.

Num jogo truncado, a partida terminou em 0 a 0. Nenhum escanteio para ninguém. Decisão por pênaltis. Barbirotto pegou uma cobrança. Juninho marca o penal decisivo. Vitória grená por 4 a 3. Delírio na Mooca! Juventus Campeão

“Vai ser difícil segurar o Juventus esse ano”, disse um eufórico Rocha. “Provei meu valor e fui feliz”, desabafou o goleiro Barbirotto. “Ano novo, vida nova”, bradou o herói Juninho.

Barbiroto (G), Chiquinho, Juninho, Nenê, Carlão, Rocha, Heriberto, Gatãozinho, Claudinho, Reinaldo Xavier, Betinho. Foi o time base utilizado pelo técnico Candinho. Zelito e Henrique também atuaram.

De fato, o Campeonato Paulista de 1986 ainda reservava mais uma grande alegria para os torcedores grenás. Foi no torneio que o Juventus aplicou a maior goleada diante do São Paulo F.C., na história dos confrontos. A partida aconteceu no estádio do Pacaembu, no dia 17 de abril, o o Moleque Travesso venceu por 4 a 0 o Tricolor. Claudinho, Raudinei e Gatãozinho (2) foram os autores dos gols juventinos.

Há 30 anos, o tradicional e romântico Torneio Início era do Moleque Travesso!

juve

*** Uma sugestão:  Justamente no próximo dia 24 de fevereiro de 2016 o Juventus enfrenta o mesmo Santo André na Rua Javari pelo Paulista da A-2. Seria fantastico se a diretoria do clube fizesse alguma homenagem aos atletas daquela conquista no inrtevalo desse jogo, por exemplo. Ou alguma ação ou referência na camisa de jogo para recordar essa grande conquista

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